o assassinato do loiro Miguel

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o assassinato do loiro Miguel é um conto fantástico, de suspense, quase terror e quase cômico. você verá, aqui, um trecho desta história incrível, surpreendente e altamente metalinguística.

(não se assuste: não estou usando letras maiúsculas em muitos trechos aqui, e é de propósito)
O assassinato do loiro Miguel, meu conto, tem algumas semelhanças com a pintura O assassinato (1867-68), de Paul Cézanne: brutalidade e a pessoa morta que é loira.
O assassinato (le meurtre – 1867-68), de Paul Cézanne, o pintor que conectou o Impressionismo ao Cubismo. O próprio gênio Picasso dizia (e Matisse também) que Cézanne era o pai de todos, se referindo ao pintor francês como a base inspiradora para o surgimento do Cubismo. A relação da pintura com meu conto o assassinato do loiro Miguel está na brutalidade do crime e na loirice da pessoa morta.

Você vai ver, então, um trecho do conto de suspense-talvez-quase-cômico o assassinato do loiro Miguel.

(…)

Pra ficar mais verossímil, vou deixar a narração da minha história com um narrador em terceira pessoa. E também porque estou um pouco desavontade com esse negócio de narrar e um narrador com estilo é sempre melhor. Eu nunca fui boa pra contar histórias, sabe.

Na verdade eu leio pouco pra quem tem minha profissão. Ah, eu não falei minha profissão?! Tá vendo? Falha grosseira! Como posso narrar um conto de suspense ou qualquer conto sem descrever decentemente a personagem principal? Eu nem falei minha idade… enfim, nada! Então, antes de passar a bola pro narrador com estilo, vou apenas dizer algumas coisas a meu respeito.

Trabalho numa produtora de vídeos. Me formei em Rádio e Tevê pela FAAP. Também produzo uns programas de rádio, coisa pouca, dessas FMs que só tocam coisa boa mas pouca gente escuta. Eu ganhei uma grana e algum prestígio com meu chefe, eu produzindo uns trabalhos pra um candidato a prefeito aí, e… coisa boa… eu sou boa nisso, sabe.

Então é isso, eu não sei mais o que dizer. Não se preocupem, vocês se verão livres de mim no próximo parágrafo. Talvez eu volte pra encerrar a história ou durante a narração, com o narrador com estilo entrando em meus pensamentos e fazendo aquele lance de discurso indireto livre, sabe? Tchau.

Onze horas. O vento úmido soprava leve nas costas do porteiro do condomínio Villa-Lobos no bairro dos Sabiás. Eis que chega um vulto…

(Nossa! Adorei o jeito como esse narrador começou. Mas eu não gosto dessa história de narrador ser masculino. Vou mudar o sexo dele. A partir de agora é uma narradora. Sintam a diferença e continuem lendo O assassinato do loiro Miguel).

O porteiro ouvia agitado o segundo tempo do jogo na televisãozinha e não tirava os olhos da tela. Não percebeu o vento gelado nas costas como não percebeu o morador do 61 entrar pelo portão automático que curiosamente estava encostado porque aquela mocinha do 31 que fuma feito chaminé foi comprar rapidinho na padaria do lado um maço de alívio mas não tinha voltado ainda porque batia papo no telefone com o namorado ou coisa assim que está em São José dos Campos trabalhando ou visitando a família, tanto faz.

(Gostei mais dessa. Viram como ela tem estilo. Propositalmente prolixa, brincando com o não-uso de vírgulas e tal… gostei. E ela não fica poetizando muito, não tem um estilo clássico de filme noir. Até me lembrei de uns contos do Rubem Fonseca, sei lá. Tem um conto do Raduan Nassar, acho que é Copo de Cólera, que o cara não usa ponto final, vai tudo duma vez, só na base das vírgulas. É sufocante. Ótimo.)

Tinha uma cara permanente de macho de novela do horário nobre quando vai dar em cima da gostosona principal que na história é mal amada e ele diz pra ela “Você precisa de um homem que te dê carinho e compreensão, alguém que te deseje 24 horas do fundo do coração”. O corpo de 28 anos, atlético, de quem está sempre em forma sem ficar enfurnado numa academia. Subia as escadas rapidamente como exigem os músculos alongados e o ímpeto da juventude, mesmo quase madura, chegando aos trinta logo, logo.

Quando ia colocar a chave para abrir a porta, o jovem Miguel, loiro, branquíssimo como o luar, sentiu uma fisgada num músculo entre o ombro direito e o pescoço. Ele sente uma dor aguda concentrada na região do ombro. Ameaça gritar abrindo a boca feito um túnel Ayrton Senna. Mas a lâmina que lhe atravessa a garganta da esquerda pra direita não permite o grito. Caiu. Morreu. Mais pálido, agora jorrando vermelho. Festival de cores: amarelo-cabelo, vermelho-sangue, branco-morte…

(…)

Este foi um trecho do conto: o assassinato do loiro Miguel. Em breve irei lançar este conto completo num segundo livro de contos. Qual foi meu primeiro livro de contos? Veja as informações logo aí abaixo:

Gostou de o assassinato do loiro Miguel?

Eu tenho outros contos pra você! Então, não fique só nesse (que ainda não foi publicado, por isso, aguarde): compre meu livro de contos “Os Suicidas e outras histórias” agora mesmo. Desse modo, se você quer saber mais do que faço neste site, além de poesia, crônicas, contos, jornalismo e artigos etc., por favor, comece clicando aqui para comprar a versão impressa do meu livro (é caro porque tá conectado ao dólar, então, já viu… mas às vezes rola uma promoção!!).
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E esta imagem é do meu livro de contos (ah, e não esqueça: compre meu livro os suicidas e outras histórias!). Nele não tem este conto O assassinato do loiro Miguel. Alguns desses textos eu escrevi quando estava em Bauru, no mesmo período em que terminei o projeto de conclusão de curso de jornalismo (Caleidoscópio: documentário dos 100 anos de Bauru em 1995, clique para ver o vídeo). Por exemplo, o conto Cru é ambientado numa cidade do interior (claramente inspirado em Bauru).

Mas veja só: o livro digital é muito barato, 7,50. Então, se quiser comprar a versão digital enquanto o dólar estiver alto, clique: Os suicidas e outras histórias <= clique no link e compre a versão digital. É isso.

Que você se divirta! Então, compre já!!!

Resumo do que há no livro de contos:

São personagens atormentados, no limite, que buscam, então, amor e precisam conhecer a si mesmos primeiro. Uma homenagem à vida na figura da minha avó materna (em Os Suicidas). Além disso, é uma ironia sobre nossa relação com a mídia televisiva (em Pano de Fundo).

Uma história de amor que não aconteceu (em Sonhos).

Mas não só isso: também é uma análise sobre os diferentes tipos de crueldade (em Cru). Uma repetida e nunca resolvida história de criança de rua (em Longa história…). São reflexões sobre isolamento social desde o nascimento (em A elipse).

Ainda tem uma história metalinguística, sobre aparências, memória imprecisa e pontos de vista (em As deslembranças), com final surpreendente.

Desse modo, sobra o último conto…

… A Rosa. Este faz parte de uma trilogia ainda inacabada (Pátria Amada). É um conto que usa fatos históricos e personagens reais do Brasil para contar algo inventado: por que o mecânico Otávio de Souza escreveu o poema/letra da música Rosa, de Pixinguinha?

Bom, por que, na verdade, ninguém sabe. Então, o conto inventa o motivo.

Portanto, esse é o argumento…

… para criar a história de amor entre Otávio e Rosa. Paralelamente a esse amor a história do Brasil, no Rio de Janeiro dos anos 10, 20 e 30 do século XX, é contada como pano de fundo, com diversos fatos que realmente aconteceram.

Algo assim como Forrest Gump, interagindo com personagens históricos. Ou algo como no filme Shakespeare Apaixonado, em que os roteiristas inventaram o motivo do dramaturgo ter escrito Romeu e Julieta. Por isso o conto A Rosa usa, então, a música para contar a história do Brasil e do romance entre Otávio e Rosa.

O projeto ficou tão bom…

… que o autor F. de Amorim (eu mesmo) começou a segunda parte (que se passa nos anos de 1960 a 1970). E ainda fará a terceira. Todos os contos, pode-se dizer, representam uma valorização da poesia, do amor, e suas dimensões no mundo contemporâneo, mesmo que muitas das histórias tenham sido escritas na década de 1990.

ou…

Clique aí no link para ver a minha tese de doutorado completa, que é bem interessante!!! O nome do trabalho é: Ela, de Spike Jonze, no contexto dos novos paradigmas da Era Digital.

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