parque augusta

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parque ou condomínio? vontade popular ou lucro? (imagem tirada do site r7)
parque ou condomínio? vontade popular ou lucro?
(imagem tirada do site r7)

você que mora nos arredores do parque augusta, praça roosevelt etc… por que tanto medo/receio/bronca com o barulho (?) que ativistas (culturais ou políticos) fazem nesses espaços públicos? vocês não entendem o que significa usar um espaço público? vocês preferem viver num mundo murado, cercado, um condomínio fechado para o mundo real? o mundo real é esse? as pessoas fazem barulho, tocam suas músicas, fazem manifestações, pulam carnaval… isso é vida urbana. e isso acontece por quê? porque as pessoas precisam. se elas querem fazer barulho na roosevelt, é porque não encontram um lugar pra isso e porque precisam gritar. é uma necessidade humana. o mundo não é higienópolis, até por que, esse é um bairro decadente, desatualizado. e o barulho atrapalha? eu tenho mais problema com poluição, trânsito e barulho de carros do que com o barulho de gente… gente!! vocês coxinhas querem uma praça pra quê? pra ficar vazia, ou com todo mundo sentado em silêncio olhando as telas dos celulares? são os mesmos chatos que reclamam no condomínio quando tem gente que mora lá com crianças… criança não pode brincar no corredor, não pode jogar bola não sei onde… criam um parquinho no condomínio pra criançada brincar, mas não pode fazer muito barulho… ora, vão catar coquinho!

medo de que o parque augusta vire um lugar de barulho? esse é o problema? e vocês acham que se a construtora fizer um condomínio lá, mantendo parte do parque, isso vai deixar de ocorrer? vai ter barulho do mesmo jeito, só que com mais vizinhos chatos reclamando…

eu quero um parque, por  menor que seja, mas eu quero um parque. se o terreno onde ele está vale milhões, não me interessa. se a construtura vai usar um terço para lucro e o restante ela vai conservar como parque, não me interessa. porque significa que o capital se sobrepõe ao humano. porque o lucro de uma empresa que já lucra muito é mais importante do que a vontade de milhares de pessoas. essa empresa não vai falir, longe disso. e usar um terço (ou seja lá que parte for) para justificar os fins, não é correto também. por quê? eu prefiro que o parque seja pobre, enfeitado por pessoas comuns, frequentado por pessoas comuns, do que um parque bem cuidado, sustentado pelo condomínio criado pela construtora… porque quem terá um parque para oferecer e lucrar mais é a construtora. um parque que será – principalmente – de quem mora nesse condomínio (oh, que vista incrível), com a cara de quem viverá no condomínio de luxo, no meio de uma região que grita por verde e não mais prédios… aí está!! esse é o princípio de tudo. a população quer se apropriar de espaços públicos, ela está voltando a gostar da ideia de ir às ruas, às praças… passear com seu cachorro é mais humano do que construir um prédio que não fará diferença para a vida da cidade. mas um parque fará… perder o parque, do tamanho que ele tem de ter, sem nenhuma construção em volta, perder esse parque, seria a falência urbana. é inadmissível. filosoficamente imoral. devemos simplificar nossas vidas. se a prefeitura não quer sustentar o parque, não precisa. as pessoas cuidam dele. deixá-lo como está, do jeito que está, para que a população usufrua do espaço como lhe convier, isso é humano, isso é social, isso é sustentável. isso traz felicidade real. o que as construtoras vão fazer com o tremendo lucro da construção? o que a cidade vai ganhar? o que você e eu vamos ganhar? a rusticidade do parque e o seu aparente mal cuidado são importantes na constituição de sua personalidade, a do parque e da nossa personalidade. o lado racional de quem decide as coisas pode achar que as migalhas oferecidas pela construtora são razoáveis… mas não entende que não podemos ficar de joelhos para nenhuma empresa, e ainda agradecer por ela ter nos estendido a mão com os centavos para comprar pão amanhecido. nossa postura tem de ser de donos do espaço público, de reclamantes do bem comum, porque nós escrevemos nossa história. nós escrevemos nosso plano diretor. nós escrevemos nossa lei de zoneamento. e eu quero ter o direito de ir e vir e de usufruir do espaço urbano. há várias soluções para esse problema. a maioria envolve dinheiro. mas ninguém discutiu algo que não se compra: a felicidade das pessoas. eu quero o parque do jeito que está. por quê? porque serei mais feliz assim. e você?

dois terços de um parque bem cuidado (mas atrelado a um condomínio novo) ou um parque inteiro mais simples, sem prédio ao lado e cuidado pelos moradores?
dois terços de um parque bem cuidado (mas atrelado a um condomínio novo) ou um parque inteiro mais simples, sem prédio ao lado e cuidado pelos moradores?
felicidade é ter um espaço para fazer o que quiser (imagem retirada do site uol)
felicidade é ter um espaço para fazer o que quiser
(imagem retirada do site uol)

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