prefeito “quem sabe” decretou o fim dos filmes de espionagem: num banco perto de você

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entro no banco. meu celular toca para uma mensagem. olho. ameaço ler. de repente aciona uma sirene. todas as pessoas olham na minha direção. o segurança se atira em mim. caímos. me sinto no conto O Processo, de Kafka. nesse instante meu celular toca. algo importante. mas não posso atender. o segurança deu uma cacetada no meu aparelho, este desfeito sem dó. sobraram restos: uma garrafa largada no oceano sem que ninguém visse a mensagem guardada em seu interior. um dos gerentes olha pra mim, com ar de reprovação:
– a prefeitura proíbe o uso de celular em bancos, o senhor devia saber… – mostrando o dedo como se fosse eu uma criança pega furtando os doces deixados na janela da vizinha. – é para sua própria segurança, assim evitam-se os assaltos, as comunicações entre bandidos por torpedo. todos ficaremos mais seguros… – finaliza o gerente.
desse modo, eu, um simples estúpido mortal ignorante do poder das tecnologias em nossa vida, só pude, educadamente, perguntar em tom jocoso:
– tua esposa te trai com o ricardão. ele sempre escondido no armário quando tu chegas de repente. então tu jogas o armário fora. assim o ricardão não se esconde. mas ele fica embaixo da cama. então tu jogas a cama fora.
o que mais devemos jogar fora, hein, senhor gerente? hein, senhor prefeito? hein senhores da febraban?
devemos prender o ricardão ou pedir o divórcio da esposa chifradora?
ou devemos descobrir por que somos chifrados?
bancos viraram cinema, ok. a gente se adapta a qualquer coisa.
buscar a raiz do problema e resolvê-lo, ah, isso não! dá muito trabalho, né?

dica:
os bancos deviam exibir um vídeo na entrada igual ao dos cinemas: por favor, desliguem os celulares, deixem suas armas do lado de fora, não entrem de bermudas ou usando chinelos, recolham o seu lixo antes de sair do banco, nós agradecemos sua escolha e volte sempre cheio de contas a pagar.

http://www.band.com.br/primeirojornal/conteudo.asp?ID=100000453128

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