2011 não é 1968

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não vou discutir conteúdo. quero discutir a forma.
o único meio de protestar, reivindicar na usp é invadindo reitoria, depredando ou pichando bens públicos?
se estivéssemos na ditadura, seria compreensível – afinal, era um tipo de guerra civil, tinha guerrilha etc – mas na atualidade, democracia estabelecida, país equilibrado, crescendo, ainda com problemas de 500 anos de má gestão, mas resolvendo, devagar, enfim, na atualidade, não é possível que se os uspianos classe-média querem protestar precisam fingir que são revolucionários cubanos. até por que esses eram machos de verdade. enfrentaram balas sem medo. e tinham uma causa. causa pela qual venceram. mas estes uspianos revoltados não merecem a alcunha de revolucionários. tudo aquilo que eles poderiam ter razão no que se refere a forma de agir da polícia militar (e sabemos como a polícia não é educada), eles perderam também pela forma como agiram. você não pode destruir um bem público em nome de um bem particular (liberdade para fumar maconha por exemplo).
alguém ali lembrou que a usp sobrevive dos impostos pagos por muita gente que não verá seus filhos numa usp porque não têm condição de dar um estudo melhor??
essas pessoas mais simples ajudam a sustentar os filhos de classe média. che guevera era classe média. se juntou aos pobres e oprimidos. lutou por eles. mas antes, viveu com eles, como eles. compreendeu suas necessidades. o que os uspianos raivosos por maconha conhecem do universo do pobre brasileiro? dizem bom dia para a empregada e brincam de vez em quando de videogame com filhinho da cozinheira? visitaram uma favela num trabalho de colégio e tiraram dez pelas belas fotos?? eles estão tentando agir como há 30 anos. nem cuba age como há 30 anos.
a lua cheia não muda. nós é que amadurecemos e a enxergamos de maneira diferente com o passar do tempo. a lua é a mesma. nós é que mudamos. ou não.
a usp (estou generalizando sim) não conhece mais o brasil.
e esse desconhecimento não é exclusividade dela.

1 Comment on “2011 não é 1968

  1. Muito ponderado, Fabio. Esse episódio deu, em muita gente, em mim, um medo de condenar a invasão e por isso ser reacionário. Mas você ajudou a dissolver a questão. Eles agiram mal. Poderiam ser mais inteligentes. Protestar é válido, sempre, cometer crimes é outra coisa. Mas a truculência pareceu o caminho mais fácil, né? "Ir pro pau" não exige muito da cabeça.

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