luz

0 Flares Twitter 0 Facebook 0 Google+ 0 Filament.io 0 Flares ×

O poema Luz tem um contexto. Inicialmente, é fruto da minha imaginação, mas depois, percebi que havia uma relação espiritual com a pintura Moça lendo uma carta à janela (1657-59), de Johannes Vermeer (1632-75).

Quadro 'Moça lendo uma carta à janela', de Johannes Vermeer.
Luz é algo importante nas pinturas de Johannes Vermeer, principalmente neste da Moça lendo uma carta à janela. No entanto, a curiosidade maior aqui reside não na luz, mas no que estava escondido. Vocês estão vendo a pintura do cupido dentro do quadro, certo? Esse é o original, mas alguém, séculos antes, havia “apagado” aquilo da obra de Vermeer. Mais informações nas imagens abaixo. Fonte da imagem: Gemäldegalerie Alte Meister.

Não se sabe quem nem por quê.

O fato, contudo, é que alguém apagou da pintura original o cupido. Isso resultou numa interpretação diferente da obra. Afinal, a moça está lendo uma carta, mas que carta? Com o cupido, sabemos que é de amor. Sem ele, só podemos especular. Vejam abaixo o processo de restauração feito para recuperar a obra:

A transformação do quadro
De acordo com reportagem de Dalia Ventura: “alguns observadores notaram um detalhe curioso na parede nua ao fundo: se via claramente contornos escurecidos que pareciam a sombra projetada por uma tela pendurada. Teria havido alguma vez um quadro pendurado ali, como em outras de suas obras?Fonte da imagem: Gemäldegalerie Alte Meister.

No início da reportagem de Dalia Ventura, ela afirma que o quadro foi um presente:

Em 1742, pela compra de 30 pinturas da coleção particular do príncipe de Cariñena em Paris para o acervo do príncipe da Saxônia e rei da Polônia Augusto, o Forte, ele foi presenteado com uma pintura“.

No entanto, a obra de Vermeer – que não era ainda muito conhecido – foi confundida com um Rembrandt! Abaixo, a pintura como estava, à esquerda, e depois com o início da restauração, à direita:

Antes e depois de remover o verniz
No texto da reportagem ainda diz: “Quando apareceu pela primeira vez em um inventário, em 1747, o quadro foi descrito como uma pintura “ao modo Rembrandt” e, posteriormente, atribuído a outros artistas da escola do mestre holandês e da cidade de Delft. Passariam séculos até que a verdade fosse revelada“. Fonte da imagem: Gemäldegalerie Alte Meister.

O holandês Vermeer só foi reconhecido séculos depois. A verdade veio, literalmente, à luz, não só com a revelação de que a pintura era dele, mas também com a descoberta de que havia uma parte do desenho escondida por alguém que não aprecia a cultura greco-romana. Enfim, deu tudo certo. Por isso achei a história fascinante e nem sei se vocês irão querer ler meu poema depois disso, mas espero que sim.

Eu garanto que meu texto também esconde um cupido nele.

Agora vamos ao poema.

Luz

 

os gritos os saltos

as pedras os mortos

os verbos perdidos

as vozes dissonantes

navegantes

da alegria intrépida

os pronomes tortos

lépidas risadas

 

o silêncio

 

a solidão

daquele ponto

de luz

no espaço doce

do teu olhar

 

apagou-se

 16 de outubro de 2025, 14h

Gostou de Luz?

Há muitos outros conteúdos interessantes no meu site.

Clique aqui para ver, por exemplo, a minha tese completa sobre comunicação audiovisual, em que discuto, entre outras coisas, tecnologias como a IA. O nome do trabalho é: Ela, de Spike Jonze, no contexto dos novos paradigmas da Era Digital.

Além de reportagens, crônicas, há outros poemas – diferentes do Luz – que abordam os mais diversos assuntos. Também há artigos.
Mas não fique só nisso: compre, também, meu livro de contos “Os Suicidas e outras histórias” agora mesmo. Mas se você quer saber mais do que faço neste site, além de poesia, crônicas, contos, jornalismo e artigos etc., por favor, comece clicando aqui para comprar a versão impressa do meu livro (é caro porque tá conectado ao dólar, então, já viu…).
Compre meu livro os suicidas e outras histórias, um livro de contos variados, com temas diversos que passeiam por filosofia, psicologia, literatura, história, música e política
E esta imagem é do meu livro de contos (ah, e não esqueça: compre meu livro os suicidas e outras histórias!). Alguns desses textos escrevi quando estava em Bauru, no mesmo período em que terminei o projeto de conclusão de curso de jornalismo (Caleidoscópio: documentário dos 100 anos de Bauru em 1995, clique para ver o vídeo). Por exemplo, o conto Cru é ambientado numa cidade do interior (claramente inspirado em Bauru).

Mas veja só: o livro digital é muito barato, 7,50. Então, se quiser comprar a versão digital enquanto o dólar estiver alto, clique: Os suicidas e outras histórias <= clique no link e compre a versão digital. É isso.

Que você se divirta! Então, compre já!!!

Resumo do que há no livro:

São personagens atormentados, no limite, que buscam, então, amor e precisam conhecer a si mesmos primeiro. Uma homenagem à vida na figura da minha avó materna (em Os Suicidas). Além disso, é uma ironia sobre nossa relação com a mídia televisiva (em Pano de Fundo).

Uma história de amor que não aconteceu (em Sonhos).

Mas não só isso: também é uma análise sobre os diferentes tipos de crueldade (em Cru). A história de uma criança de rua (ou de várias delas) que não se resolve nunca e parece um círculo vicioso (em Longa história…). São reflexões sobre isolamento social desde o nascimento (em A elipse).

Ainda tem uma história metalinguística, sobre aparências, memória imprecisa e pontos de vista (em As deslembranças), com final surpreendente.

Desse modo, sobra o último conto…

… A Rosa. Este faz parte de uma trilogia ainda inacabada (Pátria Amada). É um conto que usa fatos históricos e personagens reais do Brasil para contar algo inventado: por que o mecânico Otávio de Souza escreveu o poema/letra da música Rosa, de Pixinguinha?

Bom, por que, na verdade, ninguém sabe; assim, o conto inventa o motivo.

Portanto, esse é o argumento…

… para criar a história de amor entre Otávio e Rosa. Paralelamente a esse amor, há um pano de fundo: a história do Brasil, no Rio de Janeiro dos anos 10, 20 e 30 do século XX. Muitos fatos no conto realmente aconteceram.

Algo assim como Forrest Gump, interagindo com personagens históricos. Ou algo como no filme Shakespeare Apaixonado, em que os roteiristas inventaram o motivo do dramaturgo ter escrito Romeu e Julieta. Por isso, o conto A Rosa usa, então, a música para contar a história do Brasil e do romance entre Otávio e Rosa.

O projeto ficou tão bom…

… que o autor F. de Amorim (eu mesmo) começou a segunda parte (que se passa nos anos de 1960 a 1970). E ainda fará a terceira. Todos os contos, contudo, representam uma valorização da poesia, do amor, mas não só isso, porque há também suas dimensões no mundo contemporâneo, ainda que muitas das histórias tenham sido escritas na década de 1990.

Desse modo, depois de ler “Brasileiro tem medo de perder emprego para uma Inteligência Artificial”, continue aqui no site e explore à vontade!!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*


*

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.