luz
O poema Luz tem um contexto. Inicialmente, é fruto da minha imaginação, mas depois, percebi que havia uma relação espiritual com a pintura Moça lendo uma carta à janela (1657-59), de Johannes Vermeer (1632-75).

Não se sabe quem nem por quê.
O fato, contudo, é que alguém apagou da pintura original o cupido. Isso resultou numa interpretação diferente da obra. Afinal, a moça está lendo uma carta, mas que carta? Com o cupido, sabemos que é de amor. Sem ele, só podemos especular. Vejam abaixo o processo de restauração feito para recuperar a obra:

No início da reportagem de Dalia Ventura, ela afirma que o quadro foi um presente:
“Em 1742, pela compra de 30 pinturas da coleção particular do príncipe de Cariñena em Paris para o acervo do príncipe da Saxônia e rei da Polônia Augusto, o Forte, ele foi presenteado com uma pintura“.
No entanto, a obra de Vermeer – que não era ainda muito conhecido – foi confundida com um Rembrandt! Abaixo, a pintura como estava, à esquerda, e depois com o início da restauração, à direita:

O holandês Vermeer só foi reconhecido séculos depois. A verdade veio, literalmente, à luz, não só com a revelação de que a pintura era dele, mas também com a descoberta de que havia uma parte do desenho escondida por alguém que não aprecia a cultura greco-romana. Enfim, deu tudo certo. Por isso achei a história fascinante e nem sei se vocês irão querer ler meu poema depois disso, mas espero que sim.
Eu garanto que meu texto também esconde um cupido nele.
Agora vamos ao poema.
Luz
os gritos os saltos
as pedras os mortos
os verbos perdidos
as vozes dissonantes
navegantes
da alegria intrépida
os pronomes tortos
lépidas risadas
o silêncio
a solidão
daquele ponto
de luz
no espaço doce
do teu olhar
apagou-se
16 de outubro de 2025, 14h
Gostou de Luz?
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Resumo do que há no livro:
São personagens atormentados, no limite, que buscam, então, amor e precisam conhecer a si mesmos primeiro. Uma homenagem à vida na figura da minha avó materna (em Os Suicidas). Além disso, é uma ironia sobre nossa relação com a mídia televisiva (em Pano de Fundo).
Uma história de amor que não aconteceu (em Sonhos).
Mas não só isso: também é uma análise sobre os diferentes tipos de crueldade (em Cru). A história de uma criança de rua (ou de várias delas) que não se resolve nunca e parece um círculo vicioso (em Longa história…). São reflexões sobre isolamento social desde o nascimento (em A elipse).
Ainda tem uma história metalinguística, sobre aparências, memória imprecisa e pontos de vista (em As deslembranças), com final surpreendente.
Desse modo, sobra o último conto…
… A Rosa. Este faz parte de uma trilogia ainda inacabada (Pátria Amada). É um conto que usa fatos históricos e personagens reais do Brasil para contar algo inventado: por que o mecânico Otávio de Souza escreveu o poema/letra da música Rosa, de Pixinguinha?
Bom, por que, na verdade, ninguém sabe; assim, o conto inventa o motivo.
Portanto, esse é o argumento…
… para criar a história de amor entre Otávio e Rosa. Paralelamente a esse amor, há um pano de fundo: a história do Brasil, no Rio de Janeiro dos anos 10, 20 e 30 do século XX. Muitos fatos no conto realmente aconteceram.
Algo assim como Forrest Gump, interagindo com personagens históricos. Ou algo como no filme Shakespeare Apaixonado, em que os roteiristas inventaram o motivo do dramaturgo ter escrito Romeu e Julieta. Por isso, o conto A Rosa usa, então, a música para contar a história do Brasil e do romance entre Otávio e Rosa.
O projeto ficou tão bom…
… que o autor F. de Amorim (eu mesmo) começou a segunda parte (que se passa nos anos de 1960 a 1970). E ainda fará a terceira. Todos os contos, contudo, representam uma valorização da poesia, do amor, mas não só isso, porque há também suas dimensões no mundo contemporâneo, ainda que muitas das histórias tenham sido escritas na década de 1990.
Desse modo, depois de ler “Brasileiro tem medo de perder emprego para uma Inteligência Artificial”, continue aqui no site e explore à vontade!!
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